sangue e cansaço nas veias,
nenhuma linha escrita em meses,
como se nada bom ou ruim
que causasse espécie
viesse na minha esteira
e o que interessa?
alegria postiça
não mais me interessa,
tristeza farsesca
não mais me interessa:
expedientes inúteis,
sinapses insinceras,
não eriçam os pêlos
não aquecem a pele.
na página, sem querer, inércia
a bile descompensada
não gera mais nada
senão eco sobre eco
estiagem da tinta,
seca severa das metáforas,
aragem abandonada,
os versos, terras calcinadas.
nenhuma linha escrita em meses,
como se nada bom ou ruim
que causasse espécie
viesse na minha esteira
e o que interessa?
alegria postiça
não mais me interessa,
tristeza farsesca
não mais me interessa:
expedientes inúteis,
sinapses insinceras,
não eriçam os pêlos
não aquecem a pele.
na página, sem querer, inércia
a bile descompensada
não gera mais nada
senão eco sobre eco
estiagem da tinta,
seca severa das metáforas,
aragem abandonada,
os versos, terras calcinadas.
2 Comments:
Este metapoema sobre o não conseguir poético é filosoficamente uma belíssima contradição (como aquela afirmação de Einstein é uma farsa matemática). Doloroso (ainda mais para quem faz da esteira branca, o local da catarse), riquíssimo e original em sua série de imagens. Pensei em ressaltar os versos que mais me agradaram. Mas, gostei de todos. É o fazer que nasce da reflexão sobre a inércia. O interessante é pensar que, muitas vezes, esta temática, surrada, gera excelentes momentos - como este. Valeu.
valeu, max. belíssima imagem a da "esteira branca": é a crítica literária tomando emprestada as metáforas da poesia! forte abraço.
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