junky - william burroughs
levei um susto ao entrar na livraria da galeria do são luiz e me deparar com esta nova edição de junky, do william burroughs, pela ediouro. li há alguns anos a edição da brasiliense, que na década de 1980 fez a boa ação de lançar os beats cá em pindorama. burroughs foi o primeiro autor do movimento beatnik que li e lembro de ter ficado bastante impresionado com a crueza do texto, a estoicidade em se falar das experiências com drogas e lucidez que se reflete tanto no estilo seco quanto na postura ideológica do autor/personagem. burroughs difere bastante dos outros autores de sua geração: não se vê nele nem a tal "prosa espontânea" de kerouac, nem o bucolismo zen-budista de gary snyder, nem tampouco a loucura messiânica e lisérgica de ginsberg. burroughs é extremamente urbano, sagaz, quase um cientista não só no trato das (várias) substâncias que consome, mas do texto em si.
esta nova e belíssima edição baseia-se na edição americana de 2003, da penguin: junky - the definitive text of junk, comemorativa do qüinquagésimo aniversário da obra. assim como o livro americano, traz um capítulo inédito; a introdução do próprio burroughs, nunca dantes publicada; textos auxiliares de ginsberg e outros; e baseia-se na transcrição, palavra por palavra, dos manuscritos originais.
o livro integra a coleção "intoxicações" que traz também os paraísos artificiais, de baudelaire (com tradução do saramago), e confissões de um comedor de ópio, de thomas de quincey.
obrigado, ediouro.
1 Comments:
que bom, anotado para futura compra
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