Monday, April 18, 2005

o clã das adagas voadoras


pois bem, li e ouvi muitas vezes que o clã das adagas voadoras era melhor do que o seu antecessor, herói. enquanto via a sessão do primeiro, fiquei imaginando por que diabos isso seria verdade. não pode ser em termos de narrativa. uma vez que herói possuia uma narrativa, senão inovadora, ao menos muito mais engenhosa (toda construída na base de falsos flashbacks: primeiro a história que o personagem de jet li contava ao rei; depois a versão imaginada como verdadeira pelo rei; e somente então a versão real do que aconteceu, de modo que o espectador ficava responsável por discernir os pontos de convergência entre as três versões do mesmo fato) do que a narrativa linear de o clã...

esteticamente, o segundo filme pode ser, e o é, bastante impressionante (confesso que as primeiras cenas, especialmente a seqüência do jogo dos ecos, me encheram os olhos), mas não chega perto da coerência, em termos de composição, do primeiro.

isso sem falar que a história (e o tratamento que ela recebe) em o clã... é extremamente clichê, enquanto em herói, mesmo que a história não seja surpreendente, o tratamento não se rende (tanto) aos vícios narrativos hollywoodianos, como por exemplo, música melodramatica nos momentos "emocionantes" e "empolgante" nos momentos de ação; ou diálogos quase débeis-mentais nos momentos "românticos".

de uma forma geral, o clã... é um filme muito mais convencional e ocidentalizado do que herói e, pelo menos para mim, isso é um grande defeito.

3 Comments:

Blogger ideiasaderiva said...

Não vi o filme. Mas, entrei no site e vi o trailer.

Uma das coisas que eu sempre gostei nos filmes japoneses, chineses, coreanos, ou seja, nos filmes de olhos puxados é o balé. Também não vi HEROI, desta forma, torna-se quase impossível participar da sua análise. Mas quando penso em "O Tigre e O Dragão" e filmes do gênero - desde Bruce Lee - só consigo reparar no balé e sempre fico encantado.

Tudo o mais desaparece. Acho que ocorre a mesma coisa com musicais - exceção para Chicago, que é o melhor musical que já vi, principalmente porque é mal. Parece que a lógica dá lugar à mágica, como se eu me desobrigasse de cobrar verossimilhança destes filmes. Então, o que acontece é que o enredo, quase sempre uma desculpa para o filme, quase sempre mais um adereço do que uma necessidade do filme, desaparece.

Então, é isso. Os filmes de caratê são na realidade "musicais".

Existe ainda a questão da honra e do super-homem que desenvolve seus poderes através de um desenvolvimento mental-físico impressionante - mas, isso faz parte do imaginário infantil remanescente.

12:54 PM  
Anonymous Anonymous said...

o Eduardo Aguilar fez uma boa defesa do Clã no blog dele: http://cinerebeldia.zip.net/

7:51 PM  
Anonymous Anonymous said...

Engraçado porque em todas as críticas que eu li disseram que Herói é bem melhor e que O Clã...,um espetáculo visual, só que mais fraquinho. E eu , que fiquei babando em casa e não consegui ver nenhum do dois (tá, foram aqueles trabalhinhos sujos que nos obrigam a fazer na faculdade e certas auls que temos que assistir), só estou repetindo o que li por aí. E que chegue o recesso do meio do ano quando eu posso visitar locadoras.
um abraço

6:20 PM  

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